CCSP homenageia
Massao Ohno
O
Centro Cultural São Paulo celebra ?Um tributo a Massao Ohno? nesta
quarta-feira (30/6), às 20h, na Sala Adoniran Barbosa. Um dos mais
importantes editores independentes do país, Massao Ohno, recém
falecido, dedicou meio século a criar livros que primaram pela
inovação gráfica e pela descoberta de novos talentos
literários.
O evento é um sarau-homenagem com leituras de poemas, exibição de
trechos de um documentário que está sendo produzido sobre o editor,
números musicais e falas que narram sua importância e trajetória.
Os poetas Antonio Fernando de Franceschi, Claudio Willer, Leila
Echaime, Eunice Arruda, Celso de Alencar e a cineasta Paola Prestes
são algumas das personalidades que se reúnem para celebrar seu
legado.
Sobre Massao Ohno
Massao Ohno (1936-2010) foi o principal editor de gigantes da
poesia brasileira, como Hilda Hilst e Roberto Piva. Lançou uma
geração inteira de poetas com a Coleção Novíssimos no início da
década de 60, incluindo Claudio Willer, Álvaro Alves de Faria,
Carlos Felipe Moisés, Eduardo Alves da Costa e Eunice Arruda.
Ohno atuou quase sempre como uma pequena editora independente,
muito mais como um artista do livro do que como empresário. Foi
considerado por especialistas, como o bibliófilo José Mindlin, como
um dos principais artistas gráficos do livro no Brasil, tendo
inovado em formatos, uso de papéis e cortes especiais, em trabalho
meticuloso e artesanal. Ajudou a formar também vários editores,
hoje profissionais de destaque no mercado.
Começou a Editora Massao Ohno em meados da década de 50, dando
forma inicialmente a apostilas e títulos didáticos destinados a
estudantes de cursinhos pré-vestibulares, especialmente o Anglo.
Trabalhava para quem podia pagar e financiava os jovens talentos do
próprio bolso a fundo perdido. Lançou em 1961 a ?Antologia dos
Novíssimos?, uma das mais importantes coletâneas de novos poetas da
História da Literatura Brasileira.
Publicou ainda Renata Pallottini, Elisa Lucinda, Jorge Mautner,
Carlos Vogt, Jorge da Cunha Lima, Celso Luís Paulini, Paulo Del
Greco, dentre muitos outros. Quando todos os grandes editores se
recusaram a lançar Hilda Hilst em sua dita ?fase erótica? ? ou
?pornográfica?, para alguns ? temerosos da polêmica, novamente foi
Massao quem mandou imprimir sob seu selo ?O Caderno Rosa de Lory
Lambi?, que deu novo fôlego à trajetória da autora. Calcula-se que
tenha editado cerca de mil livros ao todo, na maioria esgotados e
hoje itens de colecionador.
Incorporou trabalhos de Manabu Mabe, Ciro Del Nero, Tide
Hellmeister, Arcângelo Ianelli, Aldemir Martins, João Suzuki,
Jaguar e Millôr, dentre outros artistas, a seus livros, em capas ou
ilustrações, promovendo intenso diálogo entre a literatura e as
artes visuais.
Filho de japoneses, formado em odontologia, dedicou toda sua
carreira às letras, mas militou também no cinema, tendo
co-produzido filmes como ?Viagem ao fim do mundo? (1967), de
Fernando Coni Campos, e ?O bandido da luz vermelha? (1968), de
Rogério Sganzerla.
Serviço
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000
Metrô Sé
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