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Saiba Mais +Diz o ditado que todos os caminhos levam a Roma. No caso deste artista plástico, parece que todos os caminhos o levam a São Paulo, mais especificamente ao Centro. Seu nome é Eduardo, mais conhecido por Edu. Mas não só por Edu. Edu das Águas. E pela sua história, também poderia ser Edu do Centro. Paulistano de gema, nasceu no Centro há 76 anos e trabalhou na região por muito tempo. Depois de viajar ao redor do mundo, conhecer outras culturas e expor suas obras, decidiu usar a sua arte para retratar a sua cidade, onde cresceu, fez carreira e criou os seus filhos. "Os grandes artistas, como Van Gogh, pintavam o seu tempo. Eu quero pintar o meu tempo. Os espaços mudam de atividade constantemente e cada época tem o seu visual".
Nasceu na Rua Conselheiro Furtado, na Liberdade. Enquanto bolsista na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no Pacaembu, aliou o seu talento para desenho com o gosto pela cultura. "Os livros eram muito caros. Então eu ia para a Biblioteca Mário de Andrade para estudar. Foi lá que conheci o trabalho de artistas como Van Gogh e Monet e me encantei. O livro 'Sede de Viver', de Irving Stone - que conta a vida de Van Gogh - foi uma das obras que mais me marcou". Faz sentido, portanto, que a arte de Edu das Águas seja de estilo impressionista, marcada pelas cores vivas e que, nas palavras do artista, "dá sugestões do que foi pintado".
Admirador das ilustrações feitas por Olavo Pereira para o Mappin, Edu das Águas escolheu seguir a profissão de ilustrador de publicidades. A sua determinação permitiu que trabalhasse no Mappin e também com o conhecido publicitário Alex Periscinoto. Ainda no Centro, trabalhou na Erontex, na Rua Direita, e também na Norton Publicidade, na Rua General Jardim, antes de abrir a sua própria agência, a Conclusão, onde trabalhou com seus filhos, atendendo empresas do Grupo FenÍcia, como a Arapuã, Duchen e Gabriel Gonçalves.
Após oito anos, decidiu dedicar-se a trabalhos temáticos. "Pintar o rio Tietê foi uma forma de chamar atenção para as questões relacionadas ao rio". Outros rios também foram para as suas telas, como o Hudson, em Nova Iorque, o Tâmisa, de Londres, e o Singapura, em Singapura. No entanto, havia um outro com o qual Edu das Águas sonhava. "Como cristão, o rio Jordão, em Israel, é o rio da nossa fé". Em 2010, atravessou o Atlântico para concretizar o seu objetivo.
Cinco anos depois de sua viagem a Israel, Edu diz que vai permanecer na sua cidade. "Já não penso em sair. Quero ficar aqui". A explicação para a sua escolha é simples. "Todos falam de Paris, Nova Iorque, mas ninguém quer pintar São Paulo. São Paulo tem todas as cidades do mundo aqui dentro. Mescla vários tipos de arquitetura. É legal fazer o que ninguém quer". A intenção de Edu das Águas vai além da arte, indo de encontro com o objetivo da própria Viva o Centro: requalificar o Centro. "Como pintor, tenho alegria em trabalhar, é maravilhoso. É uma ocupação divina. Mas como cidadão quero contribuir. Quem vai fazer são os políticos. Temos que alertá-los e sensibilizá-los".
Para isso tem um novo projeto já em execução, "São Paulo Meu Amor", que irá homenagear a sua cidade. Entre os locais já pintados, muitos deles estão no Centro, como o Theatro Municipal, Igreja de São Francisco, Centro Cultural Banco do Brasil, Praça Antonio Prado e Rua Boa Vista. E ainda há mais para serem retratados em suas telas.
No extensa pintura da vida de Edu das Águas, as pinceladas desenharam um caminho que o trouxe de volta ao coração de São Paulo, juntando suas origens a uma nova etapa. "O Centro é lindo. Aqui é a minha terra, meu povo".