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MAB/Faap Centro traz ?CoBrA e Cia? para a Praça do Patriarca
CoBrA é o nome de um grupo de artistas plásticos constituído em Paris em 1948, mas com sede em Bruxelas, que deu novos rumos à História da Arte no Século XX. Ele foi inspirado nas primeiras letras de Copenhague, Bruxelas e Amsterdã, cidades de origem de seus participantes. Na Praça do Patriarca, 78, Centro de São Paulo, ou mais exatamente, no 1º e 2º andares do Edifício Lutetia, sede do MAB-Centro, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), será inaugurada uma super-exposição do CoBrA no Brasil a partir de segunda-feira (30/10), às 19h. Imperdível mesmo.
O propósito da mostra, que reúne 58 gravuras que retraçam a trajetória do grupo, é destacar as obras coletivas ? testemunhas do desejo desses artistas de transgredir as fronteiras do individualismo ? e ressaltar o interesse do CoBrA por todas as formas de arte, mais particularmente pelas artes populares, primitivas ou infantis.
As peças em exibição pertencem principalmente às coleções do Centro da Gravura da comunidade francesa da Bélgica e da cidade de La Louvière, e algumas emprestadas das coleções particulares de Pierre e Micky Alechinsky, Catherine Putman, Patrice Cotensin, pelas galerias Lelong (Paris) e Quadri. Osvald de Andrade convidaria a todos para fruir desses biscoitos finos, com o adicional irresistível de que a entrada no MAB/Faap é franca.
Um pouco de história
Mais de meio século após a dissolução oficial do grupo CoBrA, esse movimento particularmente dinâmico, que reuniu de 1948 a 1951 as aspirações de um grande grupo de artistas da Europa do Norte, seu sopro vivificante continua suscitando entusiasmos. Os fundadores do CoBrA se posicionaram na época do imediato pós-guerra contra o realismo socialista e a hegemonia da Escola de Paris, manifestando ao mesmo tempo certa desconfiança com relação ao movimento surrealista. Seu procedimento comum de ordem essencialmente experimental traduziu-se em um trabalho sobre a matéria, a feitura, a cor. Todos demonstraram com veemência sua vontade de uma expressão direta e intuitiva.
O CoBrA reuniu inicialmente seis artistas e poetas: o dinamarquês Asger Jorn, os holandeses Karel Appel, Constant e Corneille, e os belgas Christian Dotremont e Joseph Noiret. Coube ao poeta Christian Dotremont a criação da imaginativa sigla, que em português tem, e faz, muito sentido. A cobra, animal ágil, flexível e tido como esperto, foi também o símbolo escolhido para marca do grupo.
A vida de CoBrA foi marcada por importantes exposições e manifestou-se sob a forma de uma intensa atividade editorial. À revista homônima, que surgiu logo após a criação do grupo, sob a direção de Christian Dotremont, seguiram-se várias outras publicações. Iniciativas coletivas despontaram na Bélgica, na Holanda, na Dinamarca... Em 1949, Pierre e Micky Alechinsky organizaram, com Olivier Strebelle, uma casa comunitária no Centro de Bruxelas. Os Ateliers du Marais iriam tornar-se um centro de pesquisas e encontro do CoBrA. Eles ficavam não muito distantes do apartamento de Christian Dotremont, situado no número 10 da Rue de la Paille, onde se realizavam as reuniões semanais da ala literária do movimento. O grupo dissolveu-se em 6 de novembro de 1951, ao término da exposição CoBrA no Palácio de Belas Artes de Liège.
Ao trazer o CoBrA ao Brasil a Faap consolida seu propósito de transplantar para o Centro de São Paulo, no mesmo endereço do MAB na Praça do Patriarca, a salutar experiência do intercâmbio artístico-cultural nos moldes da Citè des Arts, do próprio CoBrA e de outras do gênero, com o intuito precípuo de reativar essa forma de contato entre as novas gerações de artistas. A Associação Viva o Centro dá seu total apoio a tal iniciativa.
Serviço MAB/FAAP-Centro Edifício Lutetia - 1º e 2 º andar Praça do Patriarca, 78 ? Centro Tel. 3101-1776 Vernissage para convidados: 30/10, às 19h Aberta ao público de 31/10/2006 a 23/02/2007 Seg a Sex, das 10h às 18h; fechados aos sáb e dom Entrada franca Metrô Anhangabaú
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