Manifestações barulhentas atormentam quem trabalha e/ou circula no Centro

Manifestações barulhentas atormentam
quem trabalha e/ou circula no Centro

A semana que termina foi especialmente difícil para quem trabalha e/ou circula no Centro. Foram duas manifestações ensurdecedoras: uma na quarta-feira à tarde, na Líbero Badaró, com caminhão do tipo trio elétrico estacionado na faixa de pedestes e decibéis muito acima do tolerável; e outra no Vale do Anhangabaú na sexta-feira à tarde, desta vez com uma perua, mas o equipamento de som tão barulhento quanto o anterior. 

Pelo menos dois sérios problemas são causados com a realização de manifestações trabalhistas, ou de qualquer outra ordem, em ruas centrais como a Boa Vista e a Líbero Badaró e o Vale do Anhangabaú: 1) congestionamento, no caso específico das ruas, devido ao bloqueio do tráfego e, principalmente, da circulação de ônibus, com enorme prejuízo para toda a população; 2) poluição sonora, nos dois casos, com barulho ensurdecedor produzido pela amplificação do som, impedindo a concentração de quem trabalha nos estabelecimentos, escritórios e faculdades nos edifícios locais.

Na cabeceira do Viaduto do Chá fica o prédio da Prefeitura de São Paulo e, no Vale do Anhangabaú há cinco dos maiores edifícios de escritórios da cidade, com grandes empresas, sedes de entidades associativas, vários órgãos públicos, uma universidade e sempre em contínua atividade noturna, seja pela realização de cursos e seminários nos auditórios dessas instituições seja pelos espetáculos do próprio Teatro Municipal, que não podem ser prejudicados pelo excesso de ruído produzido por eventos desse tipo.

A Associação Viva o Centro protesta contra esse comportamento anti-social. Todos têm direito de se manifestar por melhores condições salariais, de emprego e de vida. Algumas entidades, contudo, extrapolam com sucessivas manifestações como as registradas nessa semana, que tripudiam sobre a cidadania e revelam desprezo pelos outros.