Na Viva o Centro, ombudsman da CET expõe planos da Secretaria Municipal de Transportes para melhorar convívio no trânsito
Dulce Akemi
Bottura durante sua exposição de projetos para
o trânsito, feita na Viva o Centro
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Aconteceu na Viva o Centro, na quarta (3/8), importante reunião em que o ombudsman de Prevenção ao Acidente de Trânsito da CET, Luiz Célio Bottura, expôs a convidados da Secretaria Municipal dos Transportes uma série de projetos da pasta para mudar comportamentos no trânsito e salvar vidas, começando pela Rua Boa Vista, no Triângulo Histórico.
Pela Secretaria Municipal de Transportes compareceram à reunião Caio Vinicius Ferreira, Francisco Berardi, Ivan Whately e Maria Palmira Mançano; pela CET, Edward Nogueira Junior, Izilda Celeste Batista Barnabé, Irineu Gnecco, Renata P.T.Christovam, Robson Luis Revelo Gêa e Wlamir Lopes da Costa; pela EMTU, Luiz Carlos Galini Junior e Paulo Carvalho Ferragi; pela Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, Francisco Roberto Arantes Filho; pela CPTM, José Ignácio Sequeira de Almeida; pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Luiz Antonio Pacheco; pela CDHU, Denise Gomes César Ruprecht e Sergio Israel dos Reis; pelo DAEE, Beatriz Barbosa Bianco Del Picchia; pela Sutaco, Sonia Francine Gaspar Marmo e Aide Torres, da Superintendência de Trabalho Artesanal (Sutaco); pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Luciana Jordão da M. A. de Carvalho; pela Associação Brasileira de Pedestres - Abraspe/Nacional, Eduardo Daros, Neuton S. Karassawa e Vernon Richard; pelo Instituto de Engenharia, Rui Arruda Camargo; e pela Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida e Lui Carolina Tanaka.
Bottura, ferrenho defensor da adoção da velocidade máxima de 60 km/h nas principais artérias da cidade para reduzir o número de acidentes e aumentar a fluidez do trânsito, começou conclamando os presentes a apoiar o Programa de Proteção ao Pedestre. ?O tecido urbano é uma colcha de retalhos, sem visão de conjunto, sendo o pedestre, a parte mais fraca, sua maior vítima. O Programa de Proteção ao Pedestre está aí para mudar isso. E temos também uma série de projetos para o Centro?, disse.
Dulce Akemi
Parte dos participantes da reunião, no lado esquerdo
do auditório da Viva o Centro
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No caso da Rua Boa Vista, mas também das ladeiras da Constituição e Porto Geral, ruas 25 de Março, Comendador Afonso Kherlakian e Comendador Abdo Schahin, Bottura colocou a necessidade de ampliação do passeio público para valorizar o pedestre, reestruturação do tráfego de veículos, regularização das áreas de estacionamento, em especial as áreas denominadas de segurança e coibição efetiva do estacionamento de veículos oficiais sobre calçadas, calçadões e praças, além de uma reorganização dos locais de pontos de ônibus, taxis e estacionamento de motos.
Orientação educativa
Dulce Akemi
Demais participantes da reunião, no lado direito do
auditório da Viva o Centro
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?A tônica de nossa atuação no Centro será na linha educacional?, explicou Bottura, dando como exemplo a distribuição de folhetos à população para dar ?pitos? ou ?Advertências Cívicas? a quem estacionar seus veículos em vagas para idosos ou deficientes, ou ainda em calçadões, calçadas e praças públicas.
O superintendente da Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, garantiu a Bottura que a entidade fará tudo o que estiver ao seu alcance para a melhoria do trânsito e da segurança do pedestre na área central e, em especial, na área do Triângulo Histórico, onde nasceu a cidade. ?Nessa área a Viva o Centro mantém o programa Aliança pelo Centro Histórico, que conta com uma equipe de zeladores urbanos que pode ajudar nessa campanha colocando ?advertências? nos veículos estacionados no calçadão.?
Quanto às chamadas ?áreas de segurança?, ou espaços reservados ao estacionamento de carros oficiais no calçadão ou junto ao meio fio, Ivan Whately, da Secretaria Municipal de Transportes, lembrou que elas vêm do tempo da ditadura militar, mas que hoje não têm mais o menor sentido. ?Em calçadão, calçada e praça pública é proibido qualquer tipo de veículo, mas no caso de área de segurança há dificuldade em aplicar multas. Essa situação precisa ser melhor esclarecida, uma vez que o que regula essa questão é uma legislação estadual.?
Faixa de pedestre
Soninha (Sonia Francine Gaspar Marmo, da Superintendência de Trabalho Artesanal (Sutaco), disse estar feliz por ver que a experiência do usuário do passeio público tenderá a ser considerada pelo poder público daqui em diante, podendo complementar os estudos técnicos. ?Na Boa Vista, à altura do Pátio do Colégio, tem uma lombada, mas não uma faixa de pedestre. Este é obrigado a esperar o semáforo interromper o trânsito de veículos lá atrás para poder atravessar. E na Líbero Badaró tem faixa de pedestre sem semáforo que ninguém respeita?, informou a título de colaboração.
Dulce Akemi
Sonia Francine Gaspar Marmo,
a Soninha, também esteve presente
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Eduardo Daros, da Associação Brasileira de Pedestres (Abraspe), elogiou a iniciativa de Bottura e disse que a Secretaria Municipal de Transportes escolheu acertadamente a faixa de pedestre como símbolo das mudanças que precisam acontecer no para melhorar o trânsito na cidade e evitar mortes. ?É a velocidade do veículo que gera o risco. Quanto maior ela for, maior será a probabilidade de morte no caso de atropelar alguém.? Daros também se mostrou favorável à instalação de semáforos em faixas de pedestres que fiquem longe de esquinas, como a da Líbero Badaró, em frente à Rua Miguel Couto, e aprovou a ideia da ?Advertência Cívica?: ?Não é apenas o dinheiro que pega no bolso que importa. Nós somos a cidade e, se somos prejudicados, temos o direito de nos manifestar?.
Francisco Roberto Arantes Filho, da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, lembrou o fato de que na Rua Boa Vista, com o retorno dos órgãos públicos ao Centro, a circulação de pessoas é imensa hoje em dia. ?Somente no Edifício Cidade I e II, temos: Secretaria da Habitação, CDHU, Secretaria de Emprego e Relação do Trabalho, Sutaco, Casa Civil, Secretaria de Energia, Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, Emplasa, Companhia Paulista de Obras e Serviços, DAEE, Secretaria dos Transportes Metropolitanos, CPTM, Imesp, Metrô e Banco do Brasil.?
Exposição pública
Também foi mencionado que os carros-fortes costumam estacionar onde querem, apesar de não terem esse direito por haver legislação municipal regulando sua circulação. ?O fato é que se obteve liminar na Justiça que permite a esses veículos transitar e parar sem restrição pela cidade, seja ou não no Centro, mas isso precisa ser revisto?, recordou Francisco Berardi, da Secretaria Municipal de Transportes.
Aparentemente, ninguém se opôs aos projetos esboçados nessa reunião por Bottura. Prevaleceu o espírito colaborativo, mas a maioria gostaria de vê-los mais bem detalhados e discutidos antes de sua implantação. A representante da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Luciana Jordão de Carvalho, Eduardo Daros, da Abraspe, e Francisco Roberto Arantes Filho, da Secretaria dos Transportes Metropolitanos pediram explicitamente uma exposição dos planos da Secretaria Municipal dos Transportes ao público, incluindo o cronograma de implantação de cada um. Solicitação esta reforçada pelo superintendente da Viva o Centro ao final da reunião. Bottura garantiu que o plano será apresentado em breve à população.
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