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O Vale do Anhangabaú tem que ser preservado
Começa a Copa. Vamos torcer pelo Brasil! E o Vale do Anhangabaú foi escolhido como um dos locais onde haverá concentração popular para acompanhar os jogos. A Viva o Centro, que sempre defendeu o Vale como inadequado a eventos de massa, está vigilante para cobrar dos organizadores e das autoridades a manutenção do espaço e sua devolução em perfeitas condições.
Para o período dos jogos foram montados no Anhangabaú telões, arquibancadas, local de exposições sobre futebol e até um campo de futebol de salão. Os organizadores se comprometeram a não fazer barulho antes dos jogos.
A Associação Viva o Centro, para poder denunciar e cobrar providências em caso de danos ao patrimônio público ou privado, promoveu antes da montagem do evento uma extensiva documentação fotográfica para comparar o ?antes? e o ?depois? de sua realização. A entidade estará atenta também à questão do barulho.
A Viva o Centro preocupa-se, além disso, com recentes declarações de autoridades defendendo a utilização do Anhangabaú como local de eventos e manifestações de massa em substituição à Avenida Paulista. A posição da entidade é clara: o Anhangabaú não se presta a esse tipo de uso.
São grandes os prejuízos que o ruído e a aglomeração humana inerentes a eventos desse tipo podem causar às atividades das centenas de escritórios, escolas e auditórios localizados nos prédios do Vale, com o agravante de que tais eventos costumam começar muito antes e se estender até muito depois das apresentações propriamente ditas. Jardins e fontes, resultantes de um paciente trabalho, de anos de dedicação, e que produzem a agradável paisagem que se vê hoje, também podem ser drasticamente danificados.
Razões para preservar
No começo da década de 1990, o Anhangabaú passou por ampla reforma e recebeu novo paisagismo, enquanto o tráfego pesado, de passagem, era direcionado para o túnel. Mesmo assim, como os grandes shows de massa continuaram a obter autorização da Prefeitura para serem realizados no Vale, árvores e jardins tinham pouca chance de se desenvolver plenamente. Depois de cada evento, o logradouro ficava com o aspecto de terra arrasada, com canteiros pisoteados, árvores quebradas, plantas arrancadas. Portas e janelas dos edifícios em volta eram destruídas por vândalos, assim como orelhões e postes históricos e as paredes motivo de novas pichações. Foram anos de luta para mudar esse quadro.
A atual beleza do Anhangabaú, sua conservação e aparência de verdadeiro cartão postal do Centro se devem aos esforços de mais de uma década empreendidos pela Viva o Centro, empresas a ela associadas e as Ações Locais Anhangabaú e Praça Ramos. Os jardins e fontes são mantidos pelo BankBoston, o mesmo acontece com os jardins da Praça Ramos de Azevedo, mantidos pelo Grupo Votorantim, e passeios e esculturas, pela Klabin.
A defesa do Vale do Anhangabaú como alternativa para receber grandes eventos ao ar livre é no mínimo temerária. Há 15 anos, quando o processo de recuperação do Centro começou, a reforma do Vale do Anhangabaú teve um papel emblemático, a ponto de se converter em um passo fundamental, quase um marco, para que o Centro revertesse o quadro de decadência em que se encontrava.
O Vale do Anhangabaú é hoje o que é graças a esse esforço. Voltar atrás seria pôr em risco o próprio processo de requalificação do Centro. Fotos do Banco de Dados da Viva o Centro, que acompanham este texto, mostram como ficava o Vale após shows de massa, no passado, e nos arquivos de jornais e revistas de São Paulo é possível resgatar reportagens de época clamando contra esses abusos.
Os organizadores do atual evento e o poder público têm obrigação de zelar rigorosamente para que não ocorra no Vale nenhum dos problemas descritos durante a Copa.
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