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População em situação de rua será atendida de modo integral a partir de agora, diz a Prefeitura

03/08/2009

29/05/08

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População em situação de rua será atendida de modo integral a partir de agora, diz a Prefeitura

 

Smads

Secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Paulo Sérgio de Oliveira Costa, durante a cerimônia de lançamento da nova Coordenadoria

Foram anunciadas na manhã desta quinta-feira (29/5), pela Prefeitura, grandes mudanças no atendimento a pessoas em situação de rua, na cidade de São Paulo. Acaba de ser criada a Coordenadoria de Atenção à População em Situação de Rua, ligada à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads). Seu papel será o de articular diferentes serviços públicos para prestar um atendimento integral e ao mesmo tempo específico a essas pessoas.

 

Na base da nova Coordenadoria está a intersetorialidade. Secretarias municipais e órgãos públicos ? Smads, Participação e Parceria, Saúde, Habitação, Trabalho, Esportes, Poupatempo e Segurança Pública ? passarão a trabalhar de maneira articulada pela Coordenadoria para oferecer um atendimento realmente qualificado, integrado e digno à população de rua, seja ela formada por crianças, adolescentes ou adultos.

 

Para implementar a nova metodologia, serão implantados inicialmente cinco centros de atendimento, um em cada região da cidade: Centro, Norte, Sul, Leste e Oeste. Nesses centros, o atendimento será prestado conforme as necessidades das pessoas em situação de rua. Será levado em consideração se são portadoras de transtornos mentais, se sofrem de dependência de drogas e álcool, se precisam de primeiros socorros, se lhes faltam ou não documentos e assim por diante, se há possibilidade de encaminhá-las para empregos etc.

 

Boracea

 

A região central de São Paulo é o foco da nova atenção, já que é onde há mais pessoas em situação de rua, principalmente nas praças da Sé, República e Julio Prestes. Calcula-se que hoje, no Centro, haja cerca de 2 mil pessoas em situação de rua, entre adultos e crianças.

 

O primeiro desses centros será o Centro de Acolhida Boracea, no mesmo endereço, na Barra Funda, onde foi instalada a experiência pioneira do Boracea há mais de seis anos para dar um tratamento mais humanizado às pessoas em situação de rua. Nesse centro, haverá um trabalho conjunto de agentes comunitários da saúde e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), voltado principalmente ao atendimento de urgência e a crises graves de problemas psíquicos, sob coordenação da Secretaria Municipal de Saúde.

 

Para favorecer a reintegração social da pessoa em situação de rua, a Coordenadoria poderá contar com a ampliação do programa Operação Trabalho, desenvolvido pela Secretaria Municipal do Trabalho. O programa consiste em providenciar emprego ao atendido em postos de trabalho de órgãos públicos e empresas conveniadas com essa secretaria.

 

A informática também chegará à população em situação de rua. Cada centro de atendimento, como o Boracea, terá um telecentro com computadores equipados com diferentes programas para atender de crianças a adultos, conforme as necessidades. Os telecentros oferecerão cursos de alfabetização e qualificação profissional, além de oficinas variadas.

 

Segundo a responsável pela Coordenadoria de Atenção à População em Situação de Rua, Renata Aparecida Ferreira, ?já foi possível localizar pelo orkut [rede de relacionamentos na internet] um garoto que fugiu de um Creca (Centro de Referência da Criança e do Adolescente), graças aos telecentros espalhados pela cidade?. Esta vertente será atendida pela Secretaria Municipal de Participação e Parceria.

 

Infra-estrutura

 

Smads

Dupla de agentes de proteção do programa São Paulo  Protege, que continuará dando o primeiro atendimento aos moradores de rua

Todos os cinco centros de atendimento terão: banheiros, chuveiros, local para corte de cabelo e barba, guarda-volumes, fornecimento de roupas, alimentação distribuída por organizações sociais e grupos humanitários parceiros, que já realizam esta atividade nas ruas. E, ainda, fornecimento de documentos, em parceria com o Governo do Estado, como CPF, RG; agilidade na concessão de benefícios pelo INSS, localização de pessoas desaparecidas, fornecimento de fotos para documentação, teste e exames de saúde, como pressão e glicemia, campanha de vacinação, grupos de auto-ajuda em saúde mental, alcoolismo, atendimento e tratamento dentário, sala com telão para exibição de filmes, apresentação de grupos teatrais e musicais, jogos interativos e recreativos e atividades esportivas, além de apoio religioso.

 

O encaminhamento para atendimento continuará a ser feito pelos 414 agentes de proteção social do programa São Paulo Protege, da Smads, que trabalham 24 horas em escala de rodízio. Eles são instruídos para que as abordagens sejam mais bem qualificadas para o atendimento especial no caso de alcoolizados e adictos, crianças, adolescentes e idosos.

 

Cirineu será desativado

 

O Centro de Acolhida Jacareí, antigo albergue Cirineu, localizado sob o Viaduto Jacareí, no Centro, será fechado, segundo a Smads, no dia 30/9. ?O viaduto não é digno e nem lugar de moradia?, diz o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Paulo Sérgio de Oliveira Costa.

A desativação desse albergue é uma luta antiga da Ação Local Maria Paula, uma das 45 Ações Locais da Viva o Centro. Após várias solicitações da comunidade ao poder público pedindo a desativação do albergue, a Ação Local entrou, no ano passado, com uma denúncia no Ministério Público sobre as condições desumanas em que ele se encontrava. Além de estupros, teria havido ali assassinatos e outras graves agressões aos Direitos Humanos. Na ocasião a diretoria foi destituída, mas outros problemas permaneceram, o que motivou a Samds a optar pela desativação do Cirineu depois do inverno.

Para compensar, dois novos Centros de Acolhida serão abertos no Distrito Sé com a chegada da primavera: um na Rua Francisca Miquelina e outro na Rua Helvetia.

 

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