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O público da capital paulista poderá apreciar cerca de 130
trabalhos de uma das importantes artistas plásticas contemporâneas:
Luise Weiss. A mostra intitulada "Labirinto e Memória: A poética
visual de Luise Weiss", ocupará o 1º andar da Caixa Cultural São
Paulo, reunindo uma série de desenhos, gravuras e fotografias,
trabalhos que marcaram os 40 anos de trajetória da gravadora,
pintora, fotógrafa e professora, desvendando todo o seu processo de
criação e produção gráfica.
A exposição, que tem curadoria de Sergio Pizoli, receberá
visitantes até o dia 23 de julho (domingo), sempre de terça a
domingo, das 9h às 19h, com entrada gratuita.
TEMAS E RECORTES - Os trabalhos selecionados pela curadoria
foram divididos em seis segmentos temáticos, num recorte centrado
em obras que têm o papel como suporte e a fotografia como ponto de
partida: In Memoriam, No Mar, Vestígios (Pepi), Copo d'água,
Cadernos de Artista e Silhuetas e Objetos. "O objetivo é levar ao
público a percepção da unidade expositiva - elencada por vários
discursos gráficos - onde cada obra é a reconstrução de vestígios
da memória e transita entre o fazer e o lembrar", explica o curador
Sergio Pizoli.
In Memoriam - O segmento traz 16 pinturas em tela e madeira,
15 xilogravuras, 6 monotipias, 15 sobreposições fotográficas e 16
frotagens. "Certo dia tentei lembrar com detalhes e também
representar o rosto do meu avô paterno. Notei as dificuldades da
memória, as facilidades do esquecimento. Foi quando surgiu uma
busca mais que arqueológica de familiares (fotografias, álbuns,
cartões-postais, documentos, desenhos, livros etc.). Como
resultado, os painéis, cobertos de retalhos de tecidos bordados, de
camiseta, toalhas, luvas, enfim, desses elementos que contam
histórias individuais, constituem a base da pintura", explica Luise
Weiss.
"Os retratos de época, elegantes, dão espaço para a
recorrente reconstituição da imagem, aparente e silenciosa. As
fotografias posam, de algum modo, como modelos, intensificadas no
diálogo com a representação artística", conclui o
curador.
No Mar - São 17 gravuras, com uma proposta gráfica iniciadas
com a retirada mínima de material da matriz em madeira para fazer
surgir, xilografados na pele do papel, traços quase ilusórios de
navios, portos, despedidas que, progressivamente, aumentam a
incidência da luz.
Vestígios (Pepi) - Objetos e colagens fotográficas criadas a
partir de uma caixinha de bitucas, guardada por um companheiro de
batalha, em que Luise trabalha na procura e reflexão sobre o tio
avô Pepi, morto na Primeira Guerra Mundial. Complementam o item,
frames impressos com imagens desfocadas de um vídeo feito sobre a
projeção das sombras destes recortes.
Copo d'água - A água é a metáfora entre a busca do sonho
futuro e as histórias do passado na viagem imigrante dos avós, pelo
mar. Trata-se de uma instalação com 30 recortes fotográficos,
imersos na água.
Cadernos de Artista - O segmento reúne 10 peças únicas,
quase objetos, onde a experimentação e a ousadia constroem
representações móveis, a cada virar de página, de um mundo
silenciado na memória, mais afetiva que
histórica.
Silhuetas e Objetos - Dez recortes em madeira, realizados
sobre as fotografias familiares. Complementam o item, frames
impressos com imagens desfocadas de um vídeo feito sobre a projeção
das sombras destes recortes.
LUISE WEISS - Gravadora, pintora, fotógrafa, professora.
Gradua-se em artes plásticas, em 1977, pela Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, onde é aluna de
Evandro Carlos Jardim (1935), Regina Silveira (1939) e Carmela
Gross (1946). Entre 1977 e 1987 é professora do laboratório de
desenho infantil e juvenil da Pinacoteca do Estado de São Paulo -
Pesp. Inicia sua carreira como professora universitária em 1984,
lecionando na Faculdade de Artes Alcântara Machado - FAAM, e desde
1985 dá aulas na Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
Em 1990 é agraciada com a Bolsa Vitae pelo projeto
Fragmentos. Mestre, em 1992, pela ECA/USP, conclui o doutoramento
em 1998, na mesma universidade, com a tese Retratos Familiares: in
Memorian. Em 2001 vai para a Áustria, terra de seus antepassados, e
munida de fotografias antigas e fotografa alguns dos locais onde
eles viveram. Realiza pinturas com base nessas fotografias,
expostas em 2004. Em 2002 retoma o contato com a tia-avó Clara
Weiss, que lhe fornece mais fotografias de família para a execução
de suas obras. Começa, em 2003, a preparação do projeto de sua
livre-docência na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, onde
desde 1997 é professora de gravura e desenho.
SERVIÇO
Exposição "Labirinto e Memória: A Poética Visual de Luise
Weiss"
Local: Caixa Cultural São Paulo - (Praça da Sé, 111 -
Centro) - próximo à estação Sé do Metrô
Visitação: até o dia 23 de julho (terça-feira a
domingo)
Horário: 9h às 19h
Informações: (11) 3321-4400
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca
Acesso para pessoas com deficiência
Produção: Glatt
Patrocínio: Caixa Econômica Federal