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Saiba Mais +ATUALIZAÇÃO: A SP Urbanismo comunicou que a apresentação do novo projeto para o Vale do Anhangabaú foi remarcada para terça-feira, dia 1 de dezembro, às 18h00. O evento terá lugar na UNINOVE Vergueiro (Rua Vergueiro, 235/249 - próximo à estação de metrô São Joaquim).
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A SP Urbanismo e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) realizarão na terça-feira (1), na UNINOVE Vergueiro, uma apresentação do novo projeto para o Vale do Anhangabaú (programação abaixo).
Com obras estimadas em mais de R$ 100 milhões, o projeto prevê a criação de espelhos e repuxos d'água que podem ser ativados ou desativados abrindo espaços para a realização de eventos. Em ocasiões maiores, um palco poderá ser montado debaixo do Viaduto do Chá, enquanto que em festividades menores, na Avenida São João.
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Para aumentar a sensação de segurança, a iluminação será aprimorada tanto no Vale do Anhangabaú como na Avenida São João. Bancos serão instalados para proporcionar mais conforto. O objetivo é tornar o Vale em um local com atividades constantes ao longo do dia, beneficiando também os estabelecimentos em seu entorno.
Implantar um novo sistema de gestão mesmo antes da obra
A Viva o Centro, que sempre defendeu a necessidade de refuncionalização do Vale do Anhangabaú, acompanhou o processo que levou a este projeto, participando de reuniões da SP Urbanismo, contribuindo com sugestões e críticas e considera o projeto inadequado e inoportuno (Texto 1 abaixo).
Entre os pontos salientados pela Viva o Centro está a questão da gestão do espaço. A entidade considera ser necessário determinar como o Vale será gerido e como será feita a manutenção dos equipamentos atuais e futuros antes mesmo de tirar o projeto do papel, de forma a garantir as melhores condições de uso antes, durante e depois das obras, tanto para os usuários do Vale, quanto para quem está nos edifícios ao seu redor.
Em 2014, a Associação promoveu palestra do diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani Rodrigues, que explicou o projeto a participantes das Ações Locais, nomeadamente, da Ação Local Anhangabaú, e a membros da comunidade do Centro. Após essa reunião, a Viva o Centro compilou as sugestões e críticas das Ações Locais e as endereçou à SP Urbanismo (Texto 2 abaixo).
Apresentação do projeto de requalificação do Vale do
Anhangabaú
Terça-feira, dia 1 de dezembro, a partir das 18h00
UNINOVE Vergueiro
Rua Vergueiro, 235/249 (próximo à estação de metrô São
Joaquim)
Texto 1
Declaração de voto da Associação Viva o Centro sobre o estudo
preliminar e projeto conceitual para nova reurbanização para o
Vale do Anhangabaú
O estudo preliminar e projeto conceitual para nova reurbanização para o Vale do Anhangabaú, que foi submetido à Comissão Executiva da Operação Urbana Centro na sua 18ª Reunião Extraordinária, realizada em 20 de janeiro de 2014, para liberação de verba de R$ 2,89 milhões para a contratação de projetos básicos e executivos, foi aprovado sem o voto da Associação Viva o Centro (declaração de voto transcrita abaixo). Não obstante posteriormente alguns dos problemas apontados tenham sido equacionados, as principais questões permanecem em aberto.
"Consideramos que a proposta apresentada deixou de abordar aspectos fundamentais para a elaboração de um novo projeto para o Vale do Anhangabaú:
1. Não foi apresentada uma análise do projeto atual. Onde o projeto teria falhado, apesar de ter sido fruto de um concurso nacional vencido por arquitetos de renome? Também não foram analisadas as modificações que foram introduzidas no projeto vencedor antes mesmo de sua implantação, contrariando diretrizes do Concurso, bem como as modificações posteriores à sua implantação. Ou seja, o projeto implantado não foi analisado.
2. Não foram apresentadas soluções ou diretrizes para alguns dos principais problemas atuais do Vale:
a) impossibilidade de acesso adequado à área por veículos particulares, para transporte de pessoas ou abastecimento, taxis e ônibus, o que gera inclusive sensação de insegurança, principalmente à noite;
b) circulação caótica (excesso de velocidade, falta de sinalização e de trajetos definidos) dos veículos autorizados a entrar na área, o que acarreta insegurança aos pedestres e danos aos pavimentos não projetados para tráfego de veículos;
c) impossibilidade de melhor utilização das garagens existentes nos edifícios do Vale.
Estas questões, ainda que cruciais, foram abordadas de forma extremamente superficial na proposta (apenas dois parágrafos e um desenho esquemático), isso em uma proposta com 51 páginas, que chegou a tratar de minúcias como o formato de bancos.
3. O partido adotado pela proposta, por outro lado, exacerba um dos maiores problemas do Vale hoje, que é o excesso de eventos com utilização de som amplificado que ali tem lugar, principalmente shows, que degradam o ambiente e prejudicam as atividades cotidianas nos grandes edifícios e equipamentos culturais que margeiam o Vale. Quanto a este aspecto, os esboços apresentados mostram, e o texto defende, a retirada da vegetação, inclusive árvores de grande porte, das áreas mais centrais do Vale, deslocando-as para o seu perímetro, liberando todo o eixo central do Vale para um grande piso frio ("seco" / "molhado"), para viabilizar a realização de eventos de grande porte, que certamente se tornarão rotineiros.
4. A proposta não coloca nenhuma orientação ou diretriz
com relação à questão da gestão do Vale, um dos maiores desafios a
serem enfrentados e que faz parte do escopo do projeto a ser
contratado.
No nosso entender, as diretrizes e orientações dos consultores da
Ghel Architects são válidas e pertinentes e poderiam ser utilizadas
desde já no atual projeto, por meio de estímulos aos proprietários,
comerciantes, administradores, pequenas intervenções, melhoria da
manutenção do Vale e de um novo sistema de gestão que poderia ser
implantado, independentemente da realização de grandes e
custosas obras."
Texto 2
Comunicação enviada a Gustavo Partezani Rodrigues, diretor de
Desenvolvimento da SP Urbanismo, após sua palestra na
Associação Viva o Centro aos participantes das Ações Locais e
a membros da comunidade do Centro
"Conforme solicitado na reunião que aconteceu na Associação Viva o Centro no dia 05/06/2014, oportunidade em que nos apresentou o Novo Projeto para o Vale do Anhangabaú, relatamos aqui a opinião e sugestões do grupo em relação ao Projeto:
Na condição de moradores e trabalhadores do Centro, identificamos como os principais problemas no Vale do Anhangabaú:
- Barulho causado por grandes eventos;
- Circulação caótica de veículos;
- Dificuldade na acessibilidade;
- Sanitários já existentes fechados.
Na sua apresentação, identificamos que Projeto de reforma não terá impacto direto em nenhuma dessas problemáticas, portanto não percebemos que esta ação trará melhorias à região.
Sugerimos portanto que as ações voltem à Gestão e manutenção do espaço, em especial no que atinge a:
- Regulação do uso (eventos);
- Melhoria da acessibilidade;
- Regulação da circulação de veículos;
- Melhoria da manutenção dos equipamentos (fontes, obras de arte e
sanitários) e áreas verdes.
Entendemos também que se o Vale for bem cuidado, tiver um Gerente permanente, assistido por um Conselho Gestor e/ou Ação Local com a participação dos síndicos e administradores dos grandes edifícios e dos equipamentos culturais da área (Centro Cultural dos Correios, Praça das Artes/Teatro Municipal), bem como possibilitar o acesso à área inclusive por taxis, a segurança e a sensação de segurança melhorarão em muito e com isso também a frequência na área, inclusive à noite.
Concluímos sugerindo que iniciem as ações de melhoria daquela área com esta proposta de Gestão antes do fechamento do Projeto Físico, o que, ao nosso ver, nos dará maiores subsídios para decidirmos sobre detalhes da reforma.
Nos colocamos à disposição para darmos continuidade ao diálogo com o objetivo de contribuirmos para a otimização de recursos e elaboração de um projeto que atenda à comunidade de forma organizada e efetiva."