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Secretário Municipal de Serviços dá palestra sobre limpeza urbana no Centro

23/04/2013

A Associação Viva o Centro recebeu nesta terça-feira, dia 23, o secretário Municipal de Serviços Simão Pedro Chiovetti. O secretário deu uma palestra a respeito da Limpeza Urbana no Centro de São Paulo.

Simão Pedro Chiovetti começou por falar sobre a quantidade de resíduos produzidos. Diariamente, são recolhidas cerca de 15 mil toneladas de lixo. Desse número, entre10 a11 mil toneladas são provenientes do recolhimento de lixo residencial e comercial. Até200 litros, o serviço de recolha é feito gratuitamente pela Prefeitura, mas caso esse limite seja ultrapassado, o comerciante deve contratar uma empresa privada para retirar os sacos de lixo.

Atualmente, a Prefeitura gasta em torno de 140 milhões de reais por mês com um total de quatro consórcios responsáveis pelo lixo - dois para recolha de lixo residencial e comercial, e dois para varrição. A intenção é renegociar este custo de forma a obter um abatimento no valor pago. "Estamos negociando. Tivemos um bom avanço nestes últimos três meses, com a possibilidade real conseguir 7,5% de desconto. Portanto, será possível realocar essa diferença para outras áreas que precisam de investimento, como, por exemplo, no plano de microdrenagens", afirmou Simão Pedro. Além disso, dois desses consórcios têm a responsabilidade de fazer a coleta seletiva. Nesse sentido, uma das metas estabelecidas pelo prefeito Fernando Haddad é aumentar a quantidade de material reciclado. De acordo com os dados fornecidos por Simão Pedro, a cidade de São Paulo recicla 1,8% do lixo produzido, ou seja, 249 toneladas. A meta é reciclar 10% dos resíduos (1250 toneladas). Desta forma, a quantidade de lixo que seria destinado aos aterros seria reduzida. "Infelizmente, nem todas as cidades têm coleta seletiva. Hoje só 72 dos 96 distritos têm. O nosso plano é levar a coleta seletiva a todos os distritos até2016", anunciou o secretário.

Ainda assim, salientou que a quantidade de lixo depositado nos aterrosem São Paulodiminuiu quando comparado ao ano passado. Segundo o secretário, os aterros de São Paulo receberam em 2012 uma média de 130 toneladas por dia, enquanto que neste ano o número foi reduzido para 70 toneladas por dia. O lixo produzido pelos paulistanos é levado para dois aterros. O primeiro está situadoem São Mateuse o segundo em Caieiras, uma vez que ainda não foi possível encontrar um local de aterro na zona Norte da cidade.

Quanto ao Centro, Simão Pedro mencionou as medidas que foram tomadas junto às empresas que removem o lixo das ruas. À Loga (responsável pela recolha dos sacos de lixo) foi requisitado que a coleta fosse feita mais rapidamente, enquanto que à Inova (responsável pela varrição de área) foi pedida uma redução dos intervalos entre varrição e coleta, de forma a que o lixo fosse retirado antes da chuva, que geralmente caem à tarde.

Outro ponto tocado por Simão Pedro disse respeito aos chamados "grandes geradores", ou seja, aqueles que produzem mais de200 litrosde resíduos por dia. "Muitos deles burlam a legislação. Pedem que o funcionário leve o lixo para longe do comércio ou distribuem-no a catadores", disse o secretário. Além do aumento da fiscalização, Simão Pedro sugeriu uma modificação na lei, que alteraria a designação de "grande gerador" "para aquele que produz 300 ou400 litros". Todavia, informou que a empresa que faz a recolha também teria que ser consultada, pois é necessário saber qual seria a logística para a coleta de um volume maior de lixo.

Falando sobre o problema de os sacos de lixo serem abertos durante a noite e terem o seu conteúdo espalhado na rua, Simão Pedro afirmou utilizar uma medida que teve bons resultados no Bom Retiro e no Brás. "Ao invés de fazermos a coleta a partir das 18h00, depois que o comércio fecha e que os resíduos são colocados do lado de fora, a coleta é feita de manhã, das 7h00 às 9h00. O comerciante terá que aguardar até a manhã, altura em que o caminhão passa. Queremos trazer essa operação para a 25 de março, região do mercado e também para a Florêncio de Abreu", informou o secretário.

Simão Pedro tornou então a falar sobre reciclagem e aproveitou para convidar a população para a Conferência Municipal de Meio Ambiente, que ocorrerá entre o final de agosto e começo de setembro, e cujo tema será "Tratamento de resíduos sólidos". Segundo o secretário, dois consórcios "têm a obrigação de implantar mais 17 centrais de reciclagem. Fora isso, temos o recurso do PAC que nos dá condição de implantar mais nove centrais. Também estamos conversando sobre a construção de uma central específica para tecidos no Brás. Diariamente, o Brás e o Bom Retiro produzem 20 toneladas de resíduos de tecelagem que vão para os aterros. A indústria têxtil paulista gasta muito dinheiro com a importação de retalhos, enquanto poderíamos reutilizar", afirmou. O secretário informou que a capacidade máxima das 17 novas centrais igualaria o processamento das atuais, ou seja, aproximadamente3 a4 toneladas por dia. Fez então uma proposta aos consórcios: implantar quatro centrais "modernas, mecanizadas, com máquinas de leitura ótica para separar os resíduos, cada uma delas com capacidade de processar cerca de 250 toneladas por dia, ao invés de 17 centrais iguais às já existentes. Cada uma dessas centrais tem uma despesa de 300 mil reais por mês, mas os consórcios calcularam uma renda de cerca de 2 milhões de reais por mês",  acrescentou Simão Pedro, que também revelou quais serão os locais de instalação. Ponte Pequena, Santo Amaro, Vila Guilherme e São Mateus foram as regiões escolhidas.

Por fim, Simão Pedro disse querer dialogar com associações como a Viva o Centro e também com população sobre os resíduos e a reciclagem. Para tal, conferências regionais sobre esses temas deverão ser realizadas, de forma a criar espaço para os cidadãos exporem as suas ideias e sugestões antes da Conferência Municipal.

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