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São Paulo se despede de Olavo Setubal
O Edifício Martinelli restaurado, as praças da Sé e
Clóvis Bevilacqua redesenhadas, a conclusão da linha Norte-Sul do Metrô. Essas
são apenas algumas das realizações marcantes do ex-prefeito Olavo Setubal,
falecido aos 85 anos de insuficiência cardíaca, nesta quarta (27/8), em São
Paulo. O velório será realizado no Centro Empresarial
Itaúsa, no Jabaquara, até 10h da quinta (28/8). O corpo será cremado amanhã, em
cerimônia privativa para os familiares.
Como poucos, Setubal compreendeu o desafio de administrar a cidade
precária e a consolidada, ou a Biafra e a Suíça que convivem em São Paulo. E
como empresário, preocupou-se com o Centro engajando o Itaú desde a primeira
hora entre os fundadores da Associação Viva o Centro para
participar diretamente da recuperação da área mais emblemática da
cidade.
Olavo Setúbal, paulistano, filho do romancista e historiador Paulo
Setúbal, era engenheiro mecânico e eletricista formado pela Poli-USP. Começou
trabalhando como professor-assistente no Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT). Pouco tempo depois, com um amigo fundou a
Deca, fabricante de peças de fechaduras e torneiras, negócio que prosperou com a
aquisição de uma indústria de válvulas de descarga e consolidou a marca no
mercado brasileiro. Foi quando um tio o chamou para ajudá-lo a salvar o Banco
Federal de Crédito, e um novo horizonte se descortinou para o jovem
empreendedor. Com a morte desse tio, Setubal assumiu a direção da instituição em
1959, e não parou. Comprou o Itaú em 1964 e o transformou numa das instituições
bancárias mais sólidas do país.
Setúbal governou São Paulo entre 1975 e 1979. Em 2003, então com 80 anos,
ele fez uma lúcida avaliação de sua gestão e falou muito sobre o Centro em
entrevista à revista urbs nº 32, da
Associação Viva o Centro.
O ex-prefeito, que se manteve plenamente ativo até a morte, ocupando a
presidência do Conselho de Administração da Itaúsa, holding que controla a
instituição financeira Itaú, tinha plena consciência da dimensão dos problemas
gerados a partir da grande concentração humana em megacidades. ?Existe nas
cidades uma massa marginalizada fantástica, que de alguma forma precisa ser
incluída?, disse nessa entrevista que reproduzimos no link abaixo.
Como homem público, além de prefeito, Setúbal foi ministro das Relações
Exteriores nomeado por Tancredo Neves.
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O prefeito da
Suíça e Biafra Olavo Setúba
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