Turismo, um próspero negócio

05/04/2010

05/04/10

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Turismo, um próspero negócio

 

Por João Luiz dos Santos Moreira - Economista, presidente da Confederação Brasileira de Convention Visitors Bureaux

 

Divulgado nos primeiros dias de março, o resultado da atividade turística no Brasil no ano passado, revela que o segmento é um próspero negócio, mesmo diante de eventuais dificuldades econômicas e crises, muitas vezes, é fato, reforçada pela mídia, sempre afeita a carregar nas tintas quando analisa a realidade. Foram 106 mil novos empregos formais criados em 2009, um crescimento em torno de 5% ao ano e que deve se repetir em 2010.

 

O setor recepciona hoje um total de 2,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada. A hotelaria continua a responder pela maior parte dos novos postos de trabalho. As informações apontam para dias mais promissores quando tratam do mercado para o turismo de eventos e negócios, feiras, viagens, cruzeiros marítimos, e apesar da alta carga tributária, uma queixa generalizada, como é a da escassez de mão-de-obra qualificada.

 

O turismo figura no quinto lugar na pauta de exportações brasileiras e é o primeiro item na balança comercial no segmento de prestação de serviço, indica a 6ª Pesquisa Anual da Conjuntura Econômica do Turismo realizada pela Fundação Getúlio Vargas por encomenda do Ministério do Turismo. Mais uma vez o potencial do turismo se apresenta como atividade pulverizada na criação de empregos, distribuição de rendas, arrecadação de impostos e geração de divisas.O Brasil registrou no ano passado um recorde de embarques domésticos, com 56 milhões de passageiros nacionais, número impulsionado segundo os analistas pela melhoria no poder aquisitivo das classes C e D, na oferta de financiamentos e melhores preços, conseqüência do aumento da demanda. Entre os anos de 2003 e 2009 o governo investiu R$ 135 milhões na qualificação e capacitação de recursos humanos. Considero essa uma providência de fundamental importância, porque o crescimento do fluxo de turismo passa necessariamente pela profissionalização.

A pesquisa aponta, porém, que o Brasil continua na marca dos cinco milhões de turistas estrangeiros que recebe a cada ano. Em 2009 eles gastaram aqui US$6 bilhões. Na prática, porém, isso reforça uma situação incômoda, mas que nos persegue há mais de uma década: malgrado os investimentos na promoção e divulgação do destino Brasil no exterior essa política ainda frustra as expectativas. Por essa razão, no meu entender, romper a barreira dos cinco milhões de visitantes estrangeiros é um dos grandes desafios profissionais que enfrentaremos nos próximos anos.

A favor dessa meta, com toda certeza, teremos a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e os Jogos Militares, eventos que trarão milhares de estrangeiros ao Brasil. O importante, porém, é que esses eventos sirvam para despertar entre os que virão o interesse por um Brasil rico em belezas naturais e diversidade a ponto de quererem voltar ou permanecer mais tempo para conhecer melhor nosso farto leque de opções turísticas. Para isso, contudo, a palavra mágica é dedicação e planejamento, que moveram e movem os grandes projetos no segmento turismo, sustentado a profissionalismo.

 

 

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