Idealizados como locais de
excelência para o pedestre, os calçadões do Centro de São Paulo,
implantados em 1976, não previram faixas para o trânsito de
veículos autorizados. Este fato, aliado à insuficiente e difícil
manutenção, vem destruindo um dos ícones do Centro.
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MATÉRIA DA FOLHA SOBRE CALÇADÕES
Para reformar os calçadões, a
Prefeitura elaborou um projeto-piloto
que será implantado na Rua Sete de Abril, entre a Rua Marconi e a
Praça República - o contrato entre a Prefeitura e a Almeida Sapata,
empresa de engenharia que venceu a concorrência para execução da
obra, foi assinado na sexta-feira (28/08). O projeto prevê a
instalação de um novo calçamento com blocos de concreto removíveis
de 20 x 40 cm e 16 cm de altura, assentados sobre areia. Todavia, à
semelhança do que acontece nos calçadões atuais, os veículos também
não terão uma faixa de confinamento para disciplinar sua caótica
circulação atual.
A reforma do sistema de calçadões
do Centro é imperativa. Para aprofundar o tema, a Viva o Centro
realizou estudos que resultaram em publicações ("O
calçadão em questão - 20 anos de experiência do calçadão
paulistano" e
"Calçadão 1998-2008: 10 anos de avaliação"). A cada eleição
municipal, o tema da reforma dos calçadões é levado aos candidatos
na já tradicional Carta aos Candidatos, elaborada pela Viva o
Centro e que elenca tópicos que merecem a atenção do poder público
tendo em vista a requalificação do Centro.
Na apresentação do projeto-piloto à
Comissão Executiva da Operação Urbana Centro, da qual a Viva o
Centro faz parte, a Associação defendeu que a Rua Sete de Abril não
é o local mais adequado para a realização deste projeto-piloto, uma
vez que não possui características típicas dos calçadões atuais
(principalmente a pouca profundidade de muitas instalações
subterrâneas de cabos e caixas de acesso e inspeção, o que
impedirá avaliações das dificuldades que seriam encontradas quando
o projeto for implantado nessas vias, demandando retirada do
material existente atualmente - pedra portuguesa, base e
instalações - até uma profundidade de no mínimo 20 cm).
A Viva o Centro também sugeriu que
seja implementado um sistema de gestão dos calçadões antes mesmo de
finalizar a implantação do projeto-piloto. Este sistema seria
aplicado aos calçadões já existentes e determinaria regras
relacionadas à circulação de veículos autorizados (tanto de dia
como à noite), locais de estacionamento, e sinalização para indicar
a motoristas e pedestres as delimitações de trânsito de cada um.
Estas medidas serviriam para minimizar inevitáveis conflitos entre
veículos e pedestres.
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