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Viva o Centro alerta: no Centro, 98% dos camelôs com autorização (TPU) estão fora da lei

04/05/2006

Viva o Centro alerta: no Centro, 98% dos camelôs com autorização (TPU) estão fora da lei

 

A Associação Viva o Centro enviou extenso trabalho elaborado pela própria entidade ao subprefeito Andréa Matarazzo demonstrando que 98% dos 769 TPUs (Termos de Permissão de Uso) autorizando camelôs nos distritos Sé e República estão em completo desacordo com a legislação que disciplina essa atividade. Preocupada com essa situação, a entidade sugere a anulação desses TPUs expedidos irregularmente.

 

Fabio Mattos

Dos 769 TPUs concedidos no Centro, 98% conflitam com a lei em vigor

A Viva o Centro chegou a essa conclusão depois de confrontar a listagem dos TPUs emitidos pela Subprefeitura da Sé com a legislação que regula esse tipo de atividade e a proíbe perto de bens tombados pelo patrimônio histórico, de agências bancárias, orelhões e faixas de pedestres.

 

Tendo recebido a lista completa dos ambulantes portadores de TPUs expedidos pela Sub Sé ? 964 no total, sendo 769 nos distritos Sé e República e 195 nos demais distritos (bairros centrais) que compõem esta Subprefeitura ?, a Associação partiu para o trabalho.

 

Procedimento

 

A Coordenadoria Técnica da Associação Viva o Centro começou por marcar em um mapa (Base Gegran/Emplasa) do Centro (distritos Sé e República) em que ruas, avenidas e praças estão localizados os pontos de atuação para os TPUs concedidos. Feito isso, nessa mesma planta sobrepôs os monumentos e bens tombados e/ou protegidos pelo patrimônio histórico, conforme listagem do Conpresp-DPH, publicada pelo Diário Oficial do Município, e, em seguida, também a localização de agências bancárias, faixas de pedestres e orelhões.

 

A tarefa, trabalhosa por gerenciar e cruzar dados provenientes de fontes e metodologias diferentes, gerou ao final do processo o documento Análise da Relação de Permissionários para o Comércio Ambulante na Área dos Distritos Sé e República Frente a Vedações Estabelecidas pela Lei 11.039/91 e Decreto 42.600/02, entregue à Subprefeitura no dia 25/4. Ao todo são 96 páginas, contendo 31 listagens e 40 mapas, a maioria deles detalhando logradouro por logradouro a situação de conflito.

 

Conforme a legislação pertinente à questão, os ambulantes não podem ter seus pontos de atuação:

  • a menos de 20 metros de monumentos e bens tombados;
  • a menos de 5 metros de orelhões e faixas de pedestres;
  • e em frente a agências bancárias, entre outras restrições.

 

No mapa

 

Um rápido olhar no mapa reproduzido aqui comprova de forma imediata que somente os bens tombados no Centro ? em vermelho sobre o fundo rosa correspondente à área dos distritos Sé e República ? já seriam suficientes para praticamente inviabilizar a concessão de TPUs na área. (Clique no mapa para amplia-lo)

 

Em ruas como D. José de Barros (41 camelôs com TPUs), Marconi (12), Conselheiro Crispiniano (38), Senador Feijó (3), 24 de Maio (32), José Bonifácio (12) e Quintino Bocaiúva (15), todos os TPUs ? sem exceção ? foram expedidos irregularmente.

 

(Clique na tabela para amplia-la)

Entre os casos emblemáticos está, ainda, o da Ladeira General Carneiro, que liga o Pátio do Colégio ao Parque D. Pedro. Intransitável com as centenas de camelôs que se acotovelam por ali, dos quais apenas 70 são autorizados pela SubSé, o logradouro é um dos que está inteiramente contido na restrição relativa ao patrimônio histórico e, portanto, não poderia ter nenhum camelô autorizado. (Clique na tabela para amplia-la)

 

Rua por rua, praça por praça, a Coordenadoria Técnica da Viva o Centro percorreu todo o Centro Histórico para chegar à conclusão exposta no relatório entregue à Subprefeitura. A tabela mostra de forma contundente a situação atual dos TPUs no Centro. Com base nesses dados a Viva o Centro sugeriu às autoridades a ?anulação dos TPUs irregulares o mais rápido possível?.

 

>>> Veja mais

 

- Associação propõe também uma solução para o problema dos TPUs irregulares

 

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