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Saiba Mais +O ano de 2014 marcou o décimo aniversário da Virada Cultural. Nessa década, o Centro de São Paulo abrigou, em diferentes proporções, a maior parte das atrações programadas.
Ao longo desses anos, a Associação Viva o Centro vem ouvindo moradores e comerciantes do Centro que fazem parte do Programa Ações Locais e participado de discussões e avaliações das Viradas. No passado dia 15 de julho a Associação enviou uma correspondência à Secretaria Municipal de Cultura, organizadora da Virada Cultural, com sugestões para tornar o evento mais interessante não só para o público, mas também para os moradores e estabelecimentos do Centro de São Paulo.
Entre os pontos sugeridos estão o incentivo a equipamentos culturais, bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais para que permaneçam abertos durante a Virada e também a adequação das atrações destinadas ao Centro, de forma a tirar melhor proveito das características da região central, dar mais segurança ao evento e mais tranquilidade aos moradores.
A Virada Cultural é hoje um dos mais importantes eventos no calendário da cidade e precisa explorar melhor o potencial cultural do Centro de São Paulo e o seu formidável patrimônio histórico e arquitetônico, permitindo que seja mais bem conhecido e usufruído por todos.
Confira abaixo as sugestões feitas pela Viva o Centro:
Considerações preliminares:
1. Do tecido urbano do Centro de São Paulo.
O tecido urbano do Centro, principalmente o da região do Triângulo Histórico é muito delicado, com várias ruas bem estreitas e trajetos tortuosos e repletos de imóveis tombados. É preciso respeito e cuidados especiais com ele.
2. Dos equipamentos culturais sediados no Centro.
A maioria e muitos dos principais equipamentos culturais da cidade estão localizados no Centro de São Paulo. É fundamental que se aproveite a Virada Cultural para apresentá-los aos que nunca os frequentaram e aos que não costumam visitar tais tipos de equipamentos, inclusive para que voltem em outras ocasiões.
3. Do seu comércio especializado.
Um grande número de estabelecimentos comerciais ligados à cultura - como livrarias e sebos, às artes plásticas e à musica, além de antiquários - compõe o universo do Centro. Também a maior parte do comércio especializado, diferente daquele padronizado dos shopping centers, encontra-se no Centro e é importante divulgá-lo.
4. De sua gastronomia.
Restaurantes e bares de comidas típicas de diversas regiões brasileiras e estrangeiras se fazem presentes no Centro e poderiam ser melhor explorados durante a Virada.
5. Do seu patrimônio histórico e arquitetônico.
A cidade nasceu aqui e aqui estão os traços e o que se conseguiu preservar de sua história, suas edificações e marcos arquitetônicos. A Virada pode ser uma excelente oportunidade para que sejam usufruídos por quem já tenha interesse por esses temas, ou para despertar o interesse de quem não tenha, valorizando ainda mais esse patrimônio.
6. Da sua população residente.
Como todo centro de metrópole, também o Centro de São Paulo abriga uma população com uma alta fração de idosos, muitos dos quais portadores de enfermidades decorrentes da própria idade, mas também uma enorme gama de pessoas de todas as idades, inclusive crianças, e estratos sociais, que cumpre proteger. É importante notar que o Distrito República é, dentre os 96 distritos de São Paulo, o 2º em maior densidade habitacional.
7. Da segurança e da sensação de segurança durante a Virada Cultural.
É importante que a população residente e o público que se queira atrair para a Virada Cultural se sintam seguros e tranquilos durante sua realização.
8. Do legado de cada Virada Cultural.
É fundamental que se tenha sempre presente que todo evento cultural, principalmente os total ou quase totalmente pagos com dinheiro público, deixem um legado após encerrados.
Tendo em vista essas considerações, apresentamos a seguir algumas ideias e sugestões para as próximas edições da Virada Cultural:
a) Uma grande parte dos moradores do Centro, por sua própria característica, já tem uma formação eclética e participativa que cumpre aproveitar e estimular. Muitas das ruas e praças do Centro têm núcleos bem ativos de voluntários, congregadosem Ações Locais. Assim, é importante que sejam informados e ouvidos em todas as etapas da Virada, principalmente sobre o que está sendoprogramado para suas áreas e vizinhanças;
b) O comércio, bares e restaurantes devem se estimulados a participar e permanecer abertos durante a Virada. Isso aumenta a sensação de segurança, provê alimentação - fundamental para amenizar o efeito de excessos alcoólicos - bem como possibilita descanso e uso de sanitários, alem de melhorar a iluminação e a animação dos espaços defronte seus estabelecimentos. Restaurantes, em especial poderiam ser induzidos a preparar menus especiais para diversos horários da Virada (a sopa da madrugada, o café da manhã, o "brunch" da final, etc);
c) Já os equipamentos culturais deveriam ter apoios especiais, inclusive financeiros, para possibilitá-los de também "virar". Programações especiais, apoio de seguranças, reforço de pessoal especializado etc; convidar cinemas e teatros, mesmo os menos conhecidos a participarem;
d) O patrimônio histórico e arquitetônico poderia ser melhor explorado, principalmente por meio de iluminação especial e placas explicativas de sua importância;
e) Com relação à programação da Virada Cultural destinada ao Centro, recomendamos privilegiar as atrações de interesse de públicos mais específicos do que de artistas consagrados que atraem multidões que "vão a qualquer lugar atrás de seus ídolos".
Sugestões apresentadas:
1- destinar ao Centro "muitas pequenas atrações";
2- que as poucas grandes atrações que chamem um público
maior, sejam de natureza mais amena;
3- não realizar atrações musicais na madrugada. Caso haja,
que sejam bem "suaves"; 4- dar foco na dança, artes plásticas e
teatro.
f) Por último, algumas recomendações especiais: muita limpeza, policiamento intenso, proibição efetiva de bebidas sem procedência e distribuição legal (vinho químico), atenção especial a crianças desacompanhadas, criação de centrais de apoio e bolsões de táxis.
Consideramos que se tais sugestões forem adotadas, poder-se-ia reverter a tendência observada nas últimas Viradas de ocorrência de:
Essas ocorrências têm levado a população residente a abandonar a área durante a Virada (quem tem condições de fazer isso), atraído um público propenso à arruaça e à baderna, e afastado gradativamente públicos efetivamente interessados em cultura e arte, inclusive vindos do interior do Estado e que geram inclusive ocupação hoteleira.
Esperamos desta forma, contribuir para o sucesso e brilho das próximas edições da Virada Cultural, em especial de seu segmento destinado ao Centro de São Paulo, que deve ser visto não apenas como um "local" para o evento, mas, e principalmente, como "parte integrante" da Virada Cultural.
As organizações e pessoas físicas representativas de segmentos específicos que subscrevem este documento colocam-se à disposição dos organizadores da Virada Cultural para colaborar com tudo o que foi aqui colocado que esteja a seu alcance.