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?Foi Carmen? no Sesc Consolação
Nesta terça-feira (14/7), às 21h, no Sesc Consolação, estreia o espetáculo ?Foi Carmen?, de Antunes Filho, uma peça que será uma homenagem ao centenário de nascimento da cantora Carmen Miranda.
A peça se passa sob a vista de três senhoras, uma menina antecipa seu grande sonho de se tornar artista. Colocando um turbante manifesta esse desejo fantasioso. As senhoras aplaudem. Mas de repente tudo se dissipa e ela se dá conta de que tudo não passou de sonho.
Surge o Malandro e, num microfone, descreve numa língua ficcional a biografia de Carmen Miranda. Caminhando pelas ruas antigas do Rio de Janeiro, relembra pelas esquinas, possíveis momentos da cantora quando ainda viva. Assusta-se de repente com uma visão sobrenatural. No túnel do tempo, descobre antigas reminiscências e objetos esquecidos.
O espetáculo se encerra com uma homenagem a ?La Argentina?, de Kazuo Ohno, através do mito de Carmen Miranda, num fraternal e profundo congraçamento.
Carmen será sempre significado arquetípico do herói, que sai de sua terra, atravessando fronteiras, além-mar, para ?vencer? em outras terras. O herói que reaparece, com seu olhar, seu gesto, sua dança, seu canto arcaico, sua vestimenta própria para a celebração, manifestando e revivendo o mito de uma essência quase esquecida, rememorado no rito de hoje.
Um pouco mais de Carmen Miranda
Carmen Miranda, a mais brasileira das portuguesas e a pequena, para sempre notável, é um misto incomum de cantora, bailarina, coreógrafa, atriz. Nasceu em Portugal e veio para o Brasil aos 18 meses. Fez apenas o ginásio, pois foi obrigada a deixar a escola a fim de trabalhar para ajudar seu pai, barbeiro, e sua mãe, que trabalhava numa pensão, primeiro, vendendo gravatas, depois como balconista de chapéus, onde aprendeu a criar seus adornos.
Carmen criou figurinos e acessórios surpreendentes. Adotou o traje de baiana com seus inúmeros balangandãs, tamancos e turbantes que se tornaram sua referência. Atingiu o sucesso total com a música "Pra você gostar de mim", que passou a ser conhecida como "Taí", vendendo, na época, 35 mil cópias em um mês. Depois disso, nunca mais Carmen Miranda deixou de brilhar. As suas atitudes e os seus gestos tornaram-se tão arquetípicos que ela foi eleita a musa inspiradora nos mais variados universos, um ícone sem precedentes, até então, no mundo artístico brasileiro. Suas características eram tão pessoais, que bastaram seis minutos para ela se tornar um dos ídolos da Broadway nos anos 40.
A crítica dizia que ela falava com o corpo, com as mãos, eletrizando a platéia com gestos graciosos. A letra das outras músicas, cantadas com extrema rapidez em forma de pot-pourri, era incompreensível, mas apenas esse detalhe, ou certamente por causa dele, o êxito de Carmen foi absoluto, e serviu para evidenciar sua intuição e habilidade.
Serviço
Sesc Consolação
Rua Doutor Vila Nova, 245
Tel.: (11) 3234-3000
De 14/7 a 29/9
R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino); R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes).
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