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Viva o Centro opina na Folha de S. Paulo e no DCI sobre proibição de anúncios no Centro

18/05/2005

Viva o Centro opina na Folha de S. Paulo e no DCI
sobre proibição de anúncios no Centro

 

O presidente executivo da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, manifestou em entrevista publicada nesta quinta-feira (19/5) nos jornais Folha de S. Paulo (abaixo) e DCI(clique aqui para ler) a posição da entidade sobre o projeto que proibe anúncios no Centro Histórico da cidade, aprovado esta semana pela Câmara Municipal de São Paulo. Confira.

 

 

Folha de S. Paulo, Cotidiano, quinta-feira, 19 de maio de 2005

 

Empresários criticam proibição de anúncio no centro histórico

 

AMARÍLIS LAGE
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
 

O projeto de lei que proíbe anúncios publicitários no centro histórico de São Paulo, aprovado anteontem pela Câmara Municipal, foi recebido com elogios de urbanistas e críticas de empresários do ramo de outdoors. A medida depende da sanção do prefeito José Serra (PSDB) e regulamentação para entrar em vigor.
Pela proposta, ficam proibidos na região outdoors, painéis, cavaletes e banners, entre outros tipos de publicidade. Mas a lei não trata sobre os letreiros que indicam lojas. Assim, as fachadas dos estabelecimentos continuam regulamentadas por uma lei sancionada em 2003 por Marta Suplicy (PT), que determina que os letreiros não podem obstruir as características do prédio.
Essa lei de 2003 estabelece regras para o tamanho e as características dos anúncios em toda a cidade e substituiu uma lei de 1996. O projeto foi polêmico, pois ampliou a possibilidade de instalação de anúncios -peças como outdoors e backlights puderam se tornar maiores e mais altos.
Para o presidente do Sepex (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo), Júlio Albieri Neto, a nova lei não resolve a poluição visual no centro. "O eterno problema é a fiscalização. Desde 1978, por meio de um decreto, anúncios abusivos já eram proibidos. A nova lei só define um perímetro", avalia.
Já a Associação Comercial de São Paulo aprova a medida desde que ela não gere novos custos: "Desde que não haja excesso fiscal, a disciplina é perfeitamente válida", disse Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da entidade.
O presidente da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, criticou o fato de a proposta não ter sido discutida com a sociedade. Para ele, a nova legislação pode comprometer a competitividade do centro em relação às outras áreas comerciais da cidade.
Já para o arquiteto Ciro Pirondi, diretor da Escola da Cidade, o comércio também será beneficiado com a lei. "A curto prazo, eles podem achar que foram prejudicados, mas depois perceberão que uma publicidade adequada, que valorize o edifício em que ele está instalado, trará ganhos maiores. É o famoso "menos é mais"."
"A publicidade vai achar outras formas de chamar a atenção. Do jeito como é hoje, ela não funciona. São tantos anúncios que a gente não pára para olhar", diz Anália Amorim, presidente da Associação de Ensino de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo.
A proposta, porém, recebeu ressalvas de alguns especialistas.
"Assim que as faixas forem tiradas, o que vai aparecer é a degradação das fachadas dos prédios, o que também não vai contribuir para uma boa imagem do centro. O problema passa por uma questão mais ampla de urbanização", diz o sociólogo Alvaro Comin, presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Comin também critica o caráter punitivo da lei. O ideal, diz, seria que a mudança fosse estimulada pelo governo por meio de benefícios fiscais, por exemplo.
"A situação é realmente caótica, mas minha posição não é tão radical. A propaganda faz parte do ambiente urbano e não pode ser eliminada", afirma Clice Toledo, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

 


 

DCI, Região Metropolitana, quinta-feira, 19 de maio de 2005

Sem fiscalização, poluição visual continua no Centro

Paula Nunes  


Mais um projeto de lei tratando de poluição visual e fiscalização de propaganda externa foi aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo. O prefeito José Serra (PSDB) tem até o dia 2 de junho para sancioná-la e mais 60 dias para regulamentá-la. Até lá terá que enfrentar as reações da sociedade civil e do mercado publicitário, que enxergam a lei como mais uma e que não trará resultado sem fiscalização.
A votação aconteceu terça-feira. O projeto é de autoria do presidente da Câmara, Roberto Tripolli (sem partido) e foi aprovada após um acordo entre os parlamentares que, para aprovarem a reforma previdenciária dos servidores municipais garantiram que pelo menos uma proposta de cada vereador será aceita em segunda votação.
Estima-se que a cidade de São Paulo possua cerca de 10 milhões de anúncios espalhados. Cerca de 10% deste montante possui cadastro e, menos de 5% possuem licença. O projeto de lei aprovado também acaba atropelando a legislação em vigor no município, promulgada pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT) em fevereiro de 2003 e de autoria da vereadora Myryam Athiê (PPS). Trata-se da Lei 13.525 que regulamenta a colocação de anúncios, banners e afins pelas ruas da capital paulista. ?O projeto aprovado terça-feira vem continuar as outras leis existentes e que, sem fiscalização, não servem para nada?, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (Sepex-SP), Julio Albieri Neto.
Para o presidente da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, a aprovação da lei foi uma surpresa. ?Algumas questões específicas nos preocupam como, por exemplo, se o Teatro Municipal não poderá ter um banner para anunciar uma temporada especial e se o alto dos edifícios não poderão ter anúncios. Porque, se assim o for, o centro ficará em desvantagem com o restante da cidade?, afirma. ?Os luminosos contribuem para a manutenção dos prédios?, garante.
De acordo com o projeto, veiculação de propaganda relacionada a eventos culturais ou empreendimentos imobiliários localizados na área delimitada só serão permitidos após análise.
?Publicidade feita ao ar livre não pode e nem deve causar poluição visual na cidade, todos os anunciantes sérios pensam assim. O que acontece na maioria dos casos é que a legislação que já existe não é respeitada?, considera o presidente do Conselho Nacional de Propaganda, Hiran Castelo Branco.
?É fácil encontrar no centro de São Paulo prédios com belas fachadas escondidos atrás de propaganda. O temor é de que a fiscalização que pode começar a ser feita agora na região central seja excessiva e sem parcimônia, que desrespeite o comerciante. Somos a favor do bom senso e tenho medo de uma postura radical por parte da prefeitura?, diz o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, Roberto Mateus Ordine.
Segundo dados do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo (Compresp), a capital possui aproximadamente 400 imóveis tombados, dos quais 293 encontram-se no Vale do Anhangabau. O objetivo do projeto é limpar a paisagem urbana e valorizar a fachada dos prédios escondidas entre cores e cartazes.

 

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