Viva o Centro reúne 60
grandes geradores de lixo do grupo interessado na contratação em
bloco do serviço de coleta
Dulce Akemi
Encontro na Viva o
Centro reuniu mais de
65 pessoas e foi
muito produtivo
|
Na
quarta-feira (17/8), a Viva o Centro recebeu representantes de 60
grandes geradores da área do Triângulo, articulados pela Aliança
pelo Centro Histórico. Eles assistiram à exposição do Limpurb sobre
como contribuir para o bom cumprimento da Lei do Lixo e à proposta
de uma das empresas que aceitam contratação em bloco da coleta, a
EcoTrans.
O Triângulo Histórico é a área que tem suas extremidades nos
largos São Francisco e São Bento e Praça da Sé, onde atua a Aliança
pelo Centro Histórico, programa de zeladoria urbana e marketing
local, desenvolvido pela Viva o Centro, com patrocínio da
BM&FBovespa, Associação Comercial de São Paulo, Banco Itaú,
Banco do Brasil e Associação dos Advogados de São Paulo.
O superintendente da Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de
Almeida, fez a introdução do evento dando destaque à necessidade de
a comunidade colaborar para que a Lei do Lixo funcione e o
Triângulo fique mais limpo. ?Se cada grande gerador contratar uma
empresa coletora, teremos circulando na área de 50 a 60 caminhões
toda noite. Agora, se a comunidade se articula e contrata duas ou
três empresas para o serviço, seguindo o princípio da compra
coletiva, os custos se reduzirão para cada contratante e o
Triângulo se beneficiará com menos caminhões circulando. O espírito
da Aliança é tornar essa área modelo em matéria de zeladoria
urbana, por isso está colaborando tanto com os grandes geradores
como com as empresas coletoras, fazendo o meio de campo quando
necessário.?
Na sequência, Leonardo Pereira de Toledo, agente vistor do
Limpurb, departamento da Secretaria Municipal de Serviços
encarregado da limpeza urbana, fez uma exposição detalhada sobre a
complexidade desse sistema numa cidade do tamanho de São Paulo
(1.523 km2 de área, 11,2 milhões de habitantes). Munido de um
arquivo digital com mapas, gráficos, cifras, fotos e textos, ele
esmiuçou a Lei do Lixo e exortou todos a cumpri-la.
?O papel da Prefeitura não é punir, mas fazer com que o sistema
funcione, com cada cidadão fazendo sua parte?, explicou Leonardo.
?Por isso nossa primeira atitude tem sido orientar. Procuramos
mostrar ao infrator que fazer descarte irregular de lixo constitui
crime ambiental. A segunda atitude, porém, é multar; e se houver
três reincidências, suspender a autorização de funcionamento do
estabelecimento. O país está crescendo. O que os grandes geradores
precisam perceber é que o que pagarão hoje pela contratação da
coleta dos resíduos que geram, ganharão amanhã com a limpeza, uma
vez que terão cada vez mais clientes.?
Segundo Leonardo, essa é a única forma de autuar os maus
empresários, porque em toda atividade profissional há bons e maus.
?Estamos preparados para punir quem é mas quem quiser dar uma de
esperto a gente vai punir com prazer.?
Esforço de conscientização
Dulce Akemi
Comerciantes,
síndicos de condomínios e
responsáveis por
empresas estatais como o Metrô
pretigiaram a
reunião
|
Leonardo
lembrou que desde 2008 desenvolve um trabalho de conscientização
dos grandes geradores do Centro com o apoio da Viva o Centro. ?O
resultado é sensível?, disse. ?Se em janeiro tínhamos cadastrados
no Limpurb apenas 69 grandes geradores, em agosto chegamos a 141 ?
um crescimento de 100%. Esse mapeamento é muito importante para um
trabalho eficiente e de qualidade em limpeza urbana.?
A coordenadora da Aliança, Lui Carolina Tanaka, em adendo à
exposição de Leonardo, disse que o objetivo da Viva o Centro é
manter o Centro pujante e intenso, para isso esse trabalho de
conscientização das responsabilidades de cada um na comunidade tem
sido uma constante.
Por fim, na segunda etapa da reunião, após um coffee break,
Roberto Fernando, da EcoTrans apresentou a empresa aos
participantes do encontro e pediu-lhes que preenchessem um
questionário para entender as necessidades de horário da coleta e a
demanda de volume de cada um. Os participantes ficaram de enviar o
questionário ao empresário por e-mail.
Luiz Sérgio, da Tecnac Imóveis e Administração, achou bastante
esclarecedoras as exposições. ?O Leonardo somente nos assustou um
pouco ao dizer que a taxa do lixo deve se tornar um fato daqui a
algum tempo, como já acontece em outras cidades pelo mundo. No meu
entender, o grande gerador, que paga a coleta de seu próprio lixo,
não deveria ser taxado.?
Sully Alonso Guastella, da Associação Comercial de São Paulo
(ACSP), também gostou do encontro. ?Sou do Conselho de Política
Urbana da ACSP, que trabalha com os Comitês Técnicos nas várias
distritais da entidade. O caminho é esse que a Viva o Centro está
propondo. Ações separadas não são fortes.?
Para Roberto Cruz, da Companhia do Metrô, quanto mais organizado
estiver melhor. ?O metrô está nos quatro cantos do Centro. Hoje tem
uma empresa contratada que recolhe seu lixo e não deixa nada na
calçada, mas tem gente que põe saco de lixo na porta das estações.
Já fomos multados por isso. A boa notícia é que em breve estaremos
entrando na gestão ambiental, em resposta à lei federal."
|